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Davi Caramelo na RV Galeria de Arte

Olhando para a instalação da nostálgica gaiola contendo uma lágrima vazia, talvez a senha do livro no varal, acredito ainda mais na existência do não-lugar e do não-tempo como confirmação do pertencimento, a exemplo destes dois jovens crédulos de um sonho único sendo desfragmentado.

Ecoa surround aos ouvidos de quem lê até em voz baixa os códigos secretos da poesia refinada de Ludmila Rodrigues pois já nos chega aos olhos em geometrismos casuais, colagens contrastantes com resíduos de preto, branco e memória no lirismo contemporâneo impresso por Davi Caramelo nas criações visuais cujas técnicas remixadas são como sinônimo da liberdade máxima.

E, assim como uma pinhole, imagino esta exposição como uma maneira de ver o mundo real através de uma caixa escura e sem lente para depois se revelar pausada e intimamente a cada um de nós. Não importa se a mão é invisível quando já está traçado e, neste caso também escrito, o destino da arte. 


Andrea May
(Setembro de 2013)